A Infertilidade possui dimensões sociais, culturais, filosóficas e históricas, de relevância para mulher diagnosticada com endometriose, uma patologia com característica singular, traz em seu âmago a possibilidade da infertilidade, dismenorreia, dor pélvica crônica, sintomas intestinais, dispareunia, ansiedade, depressão e angústia.

O contexto é apresentado por um vazio, um salto livre no universo de possibilidades, em que a mulher se percebe com uma patologia sem cura, mas de possível controle, de causa desconhecida e que a infertilidade pode ser uma nova realidade.

A possibilidade da infertilidade traz, no mínimo, questionamentos internos, que em determinado momento, podem principalmente, influenciar no modo em que a mulher se vê no mundo, e como ela se relaciona com o mesmo. O produto resultado pelo condicionamento negativo da doença, pode interferir no desenvolvimento psicossexual da mulher.

A endometriose não traz apenas aspectos físicos e corporais, mas um sofrimento psíquico que deve ser estudado, entendido em sua diversidade contextual, para então  traçar estratégias psicoterapêuticas visando amenizar o sofrimento, e assim promover ressignificações psíquicas em um processo terapêutico.
 
No que se refere ao corpo doente ou sadio, a endometriose pode agir na relação da mulher com o mundo, na sua criatividade e em sua conexão com a vida, inclusive no âmbito familiar pode promover distorções da realidade que trazem sentimento de limitação e não percepção de suas potencialidades, o que pode ser de fundamental importância para o enfrentamento da patologia.
 
Com a endometriose, compreende- se a importância da mulher em perceber o seu corpo, valorizá-lo independente da patologia, principalmente promover momentos que possibilite deixar de lado o mundo externo e sua coletividade para um momento dela com o corpo, assim, perceba suas sensações corporais o estar no corpo.

Esta conexão com o corpo e por consequência sua valorização vem para uma restruturação de identidade, no qual o feminino ganha empoderamento, face a esse corpo valorizado.
 
Alex Almeida e Almeida